Autora: Gayle Forman
Título Original: I Have Lost My Way
Páginas: 240
Ano: 2018
Editora: Arqueiro


Freya perdeu a voz no meio das gravações de seu álbum de estreia. Harun planeja fugir de casa para encontrar o garoto que ama. Nathaniel acaba de chegar a Nova York com uma mochila, um plano elaborado em meio ao desespero e nada a perder.Os três se esbarram por acaso no Central Park e, ao longo de um único dia, lentamente revelam trechos do passado que não conseguiram enfrentar sozinhos. Juntos, eles começam a entender que a saída do lugar triste e escuro em que se acham pode estar no gesto de ajudar o próximo a descobrir o próprio caminho.Contado a partir de três perspectivas diferentes, o romance inédito de Gayle Forman aborda o poder da amizade e a audácia de ser fiel a si mesmo. Eu perdi o rumo marca a volta de Gayle aos livros jovens, que a consagraram internacionalmente, e traz a prosa elegante que seus fãs conhecem e amam.

Freya é uma adolescente que já nasceu cantando, como diria o seu pai. Sua mãe e sua irmã nunca concordaram com esta questão, mas seu pai nunca deixou que ela desistisse de seu amor pela música. Sabrina, sua irmã parecia fazer de tudo para irritar e desagradar Freya e assim a fez perceber que ela não era a irmã amorosa que imaginava. Isto até seu pai decidir ir embora para sua terra natal e deixar Freya devastada.

Harun é muçulmano que mora em Nova Iorque. Sua família fora morar ali fazia algum tempo e conseguiu conquista seu espaço. Seus irmãos faziam alguma coisa errada aqui e ali, porém Harun era o filho perfeito que não queria que os pais se magoassem com nada. Mas Harun descobriu o amor em Jamie, um rapaz da faculdade que cursava e desde então lutava para contar aos pais a verdade a este respeito.

"Os três podem ser perfeitos desconhecidos, com vidas diferentes e problemas diferentes, mas ali, naquele consultório, estão medindo a tristeza da mesma forma. Estão medindo em perdas." Pág. 70

Nathaniel vive com sua mãe e seu pai em uma floresta no estado de Washington. Sua mãe sempre foi paciente com o pai e seu espírito aventureiro, até o dia em que o que eram flores se tornou a tormenta e ela decidiu partir. Nathaniel não quis deixar o pai, pois ele dizia que os dois formavam uma sociedade como o do Senhor dos Anéis. 

Freya não sabe o que aconteceu, mas do dia para a noite sua bela voz virou um disco arranhado. Prestes a finalizar seu álbum de estreia e virar finalmente uma grande estrela ala não consegue mais cantar e está desesperada. Harun está para viajar para seu país natal para encontrar uma esposa, porque não quer que seus pais descubram que ele é gay, mesmo amando demais James. Nathaniel está perdido no mundo e só quer ir até um ponto onde um dia disse que sonharia conhecer junto com seu pai.

E em um momento de pensamentos e reflexões os três irão se juntar e assim os destinos poderão provar que nem sempre finais são felizes, mas ao menos tudo tem solução.


" - Ele não devia te dispensar - prossegue Harun, num tom brusco e urgente. - Você precisa de mais tempo. Ele deveria te dar mais tempo. As pessoas têm que ser pacientes umas com as outras. Compreender que às vezes a situação sai dos trilhos, que certas coisas não podem ser apressadas. Que uma pessoa pressionada acaba cometendo erros." Pág. 136

Quem conhece os outros livros publicados pela Gayle entende que ela trabalha para um público jovem, aquelas pessoas que estão saindo da adolescência e entrando na fase adulta. É exatamente nesta fase que começam a acontecer muitas transformações relacionadas a mais responsabilidades em escolhas de vida, profissional e tudo o mais.

Gayle sempre escolhe falar sobre assuntos polêmicos, que façam o leitor refletir e encarar desafios e é isto que eu aprecio e leituras, que elas não sejam só páginas simples com histórias fúteis. Desta vez a autora conseguiu juntar três histórias diferentes com temas cotidianos onde os jovens sofrem com a questão de aceitação, perda e solidão.

Os capítulos são intercalados entre os personagens ao ponto que vamos conhecer cada um deles no presente, em que eles se encontram e no passado, contando aos poucos a vida de cada um de forma a conhecer como cada um foi parar naquele lugar e qual o motivo de estarem ali e o motivo do real sofrimento.



Se eu estivesse ouvindo a história da boca de alguém ia parecer somente algo corriqueiro e a Gayle conseguiu transformar em algo tão emotivo e sensível que me peguei em vários momentos querendo chorar ao me sentir na pele dos personagens. Nathaniel foi o personagem com quem mais me identifiquei. Saber que alguém possa passar por tantas situações e ao mesmo tempo resistir fez eu me recolher e querer um abraço.

É uma bela história que vai mostrar como a amizade é um marco importante, que mesmo desconhecidos são dignos de confiança e que nenhuma dor é diferente da outra porque somente quem sofre sabe a real dor.







"Duas semanas podem não parecer muito tempo, mas experimente passar esse tempo solitário numa casa. Completamente solitário. Sem TV. Sem telefonemas. Sem visitas do carteiro. Nada." Pág. 194







Não é uma história de milagres e sim de compartilhamentos. É uma história cheia de amor e de força. No final eu queria saber mais sobre cada um e saber o que cada um decidiu fazer, porém entendi que não teria como isto acontecer, pois a história se passa ao longo de um dia e mesmo assim parece que se passou um ano.

Gayle acertou mais uma vez na história. Mostrou que mesmo quando eu perco o rumo, outras pessoas também perdem e se eu pedir a ajuda de alguém ou ajudar alguém eu posso encontrar o caminho de volta.


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