O ano de 1914 não foi o melhor e consequentemente seria o pior para milhões de pessoas da Europa e de outros países mundo afora. Walden era um homem um pouco influente no cenário político britânico e morava em uma grande mansão em Londres, juntamente com sua mulher Lydia, que era russa, e Charlotte que estava completando 18 anos e ia iniciar o processo de debutar e a temporada de bailes. Walden conheceu Lydia em São Petersburgo há 19 anos e nenhum deles era apaixonado um pelo outro, mas como tudo é uma questão de conveniência, eles acabaram se casando e depois se apaixonando.

A verdade é que a Alemanha ameaçava iniciar uma guerra. A Rússia tentava uma revolução contra o seu governo de czares totalmente ruim, que fazia com que a população morresse de fome e levar a sua população para a guerra seria a pior coisa já que todos eles eram trabalhadores rurais que mal sabiam fazer o seu trabalho. 

Winston Churchill precisava de um acordo. Precisava ter a certeza de que se a Inglaterra entrasse na guerra contra a Alemanha, a Rússia estaria a seu favor. Ou então sabia-se que a Europa inteira poderia ser tomada pela Alemanha rapidamente. Assim foi chamado o príncipe Orlov da Rússia para que negociasse com o marido de Lydia, Walden, a fim de assegurar esta aliança.

Eis que surge em um cenário onde as sufragistas estão lutando para melhores condições para as mulheres, em que o voto deve ser igualitário, onde elas lutam contra a opressão e também onde os russos  se tornam revolucionários, Feliks, um homem que conheceu uma grande mulher quando era jovem e que também conheceu seus piores momentos por isto, está disposto a tudo para matar o príncipe Orlov, para que nenhum acordo seja feito e que a Rússia assim não entre em guerra.

A verdade é que um fato muito grande liga todos os personagens em uma trama em busca de liberdade. Um fato que levará muitos a questionarem suas reais intenções.



Autor: Ken Follett
Título Original: The Man from St. Petersburg
ISBN: 9788580416350
Páginas: 336
Ano: 2016
Gênero:  Thriller
Editora: Arqueiro





 


Sou apaixonada por Ken Follett. Sempre começo falando algo assim nas resenhas dos livros dele. Claro que ele tem maior experiência em escrever sobre as histórias das guerras do que muitos autores que eu já li sobre a mesma questão, mas mais do que isto, acredito que seja a questão do poder do autor em unir personagens tão diferentes e fazer com que a narrativa seja empolgante o tempo inteiro.

Não sabia o que esperar de O Homem de São Petersburgo. Na verdade já me fascinava só pela questão de que se passaria em 1914, o ano em que se deu início a Primeira Guerra Mundial. Por isto eu já pararia para ler muitos livros. Mas quando li que também envolveria a questão de anarquistas e sufragistas o interesse se tornou maior.

Imagine que você está sentado tranquilamente no safá da sua sala e que ao mesmo tempo muitos políticos estão tramando a guerra que pode destruir países e matar muitas pessoas, inclusive alguém da sua família. É mais ou menos assim que a história acontece. Claro que aí entram personagens que vão estar dos dois lados da moeda: os que querem a guerra e os que querem que ela seja evitada.

Na construção deste livro e na narrativa bem feita do autor, eu pude perceber que todos os países estavam tendo algum tipo de revolução. Que o século XX foi um período de manifestações para a garantia de direitos das pessoas. E que este livro me mostrou que o motivo que fez com que a primeira guerra eclodisse talvez tenha sido somente pelo acaso, que logo aconteceriam outros e que a guerra parecia realmente inevitável. Uma coisa é um país não querer a guerra, outra é quando vários países querem o poder.

Você não vai saber se apaixona-se pelo bandido ou pelo mocinho, até porque não vai saber qual é o papel de cada um deles se não tiver uma opinião bem formada a respeito das guerras. A verdade é que cada personagem criado tem um ideal e uma visão que acredita ser a melhor e é entre eles que você vai conhecer um mundo novo de informações.

As sufragistas, por exemplo, que eram as mulheres que lutavam por seus direitos, inclusive ao de voto. Ken Follett retratou de uma forma bastante eficaz vários momentos, inclusive quando elas foram para as ruas para protestar. É um misto de fúria e repugnação saber por tudo o que elas passaram e ao mesmo tempo saber que elas enfim venceram tendo em vista o momento em que estamos hoje.

O legal e diferente deste livro também é a história que interliga todos os personagens. Parece algo simples como em outra história e o final é até bastante aflitivo e um pouco o leitor até imagina como vai terminar, mas a verdade é que apesar de todos lutarem a favor ou contra a guerra, o livro mostra que no fim o amor prevalece em todos os sentidos.

Eu indico todos os livros do autor. Para conhecimento histórico total. É como uma bela aula de história onde você vira as páginas e entra em um mundo que, ainda bem, já ficou para trás.





20 Comentários

  1. Olá,
    Acredita que ainda não li nenhuma obra do Ken?! Pois é!
    É que não sou lá muito fã de história e nunca me despertou aquele interesse em pegar um de seus livros para ler.
    Porém, a premissa desse me deixou intrigada e estou curiosa para saber que fato é esse que liga todos de uma forma muito misteriosa para mim.
    Anotei a dica e vou me esforçar para fazer a leitura.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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    1. O bom é que apesar de ser bem informativo, a história prende e não é monótona.

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  2. Meta de 2017 é ler um livro do Ken Follet!!! Sempre leio resenhas maravilhosas e a sua é uma delas, fico me perguntando como esse ator faz um trabalho de pesquisa para escrever seus livros, me surpreende mesmo. Dica anotada. Bjkas

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    1. Ele pesquisa bastante mesmo. Sei porque eu sigo ele em algumas redes e vejo ele em diversos lugares que vai escrever a história.

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  3. Tb gosto dos livros dele pela aula de história que a gente tem.
    São bem escritos, de fácil leitura, compreensível, sem passagens mirabolantes que deixa a gente confuso, como acontece com alguns autores.
    Ainda não li este livro, mas todos do KF me interessam.
    Bjs

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    1. Eu leio todos dele que aparecem, é como uma obrigação, mas boa!

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  4. Oi, Greice.
    Por tudo o que você falou, acredito que o livro seja bastante intrigante.
    Acredita que não conheço essa autora, Ken Follett? É a primeira vez que "ouço" falar dele. :D
    Enfim, eu gostei do intuito da obra, adoro livros que envolvam guerras de alguma forma.
    Beijos

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    1. OI Thamiris, ele é muito famoso, vendeu milhões de livros. Mas talvez seja um estilo que você não costume ler.

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  5. Olá!
    Tenho muita vontade de ler as obras de Follet. Tenho Mundo sem fim e pretendo ler em breve.
    Fiquei curiosa para conhecer O homem de São Petersburgo. Histórias que envolvem guerras sempre me chamam atenção.
    Gostei muito da resenha e dos pontos que você ressaltou.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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    1. Mundo sem Fim é ótimo, é a continuação de Pilares da Terra, mas não li Pilares antes de Mundo sem fim e deu para entender perfeitamente!

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  6. Nunca li nada do autor por motivos de : Livros enormes e histórias de guerras ou similares.
    Não gosto muito dessa linha literária, Já meu marido, ama! rs
    Vou indicar o livro para ele, que com certeza vai gostar!
    Sua resenha está ótima. Muito bem escrita. Parabéns!!

    beijinho!

    Ana
    https://literakaos.wordpress.com/

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    1. É , mas tem livros pequenos também e que se passam na Idade média ou em 1700. Tem estes estilos diferentes. Se você procurar aqui no blog tem resenha de todos os livros dele publicados pela Arqueiro.

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  7. Greice querida você acredita que nunca li nada desse autor, apesar de só ler elogios aos trabalhos dele. Tenho mais hábitos de ler romances de época, mas romances históricos como esse são muito bem vindos a lista de desejados.
    Foi ótimo conferir suas impressões e pode deixar que sua sugestão foi anotada.
    Parabéns pela leitura e por escrever essa resenha tão explicadinha para nós.

    Beijos
    Leituras, vida e paixões!!!
    Leituras, vida paixões!!!

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    1. Eu sei como é, também tem autores conhecidos que nunca li nada.

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  8. Oi Greice! ^^
    Já fiquei com vontade de ler quando li na sua resenha em que ano se passava a história, tenho interesse em livros que falam sobre a primeira guerra mundial e a segunda, além do período entre guerras (que é mais difícil de se encontrar) .
    A história parece ser muito boa e teno certeza que realmente é uma aula de história. Irei anotar o título e espero conferir logo!

    Beijinhos e até logo! ;)

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    1. OI Amanda, se você gosta destes períodos e do meio delas, você amaria a Trilogia o século, que também é dele, conta sobre todo o período do século XX até o ano de 2008.

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  9. Olá!
    Ainda não tive a oportunidade de ler nenhum obra do autor, mas morro de vontade. Essa em particular acho que seria ótima, porque adoro histórias que são ambientadas em guerras e já vou adicionar essa obra na minha lista.
    Beijos.

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    1. A maioria dos livros dele é ambientada em guerras, por isso que eu amo também.

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  10. Oi Gleice!
    Não sou muito chegado em romance puxado para o policial, não confesso. O catálogo arqueiro não me cativa muito, então, mesmo com sua resenha, ainda não tive vontade de conhecer a escrita do autor. Ainda mais por causa dessa pegada histórica. Sempre flopo com livros que tenham muito apurado de guerra ou briga policial :(
    Mas fico feliz que tenha sido uma leitura tão surpreendente. As vezes é realmente bom começarmos um livro sem expectativa. Ajuda na situação final com a obra.

    Abraços
    David
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com.br/

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    1. Tem alguns livros que são muito legais. O catálogo da Arqueiro é muito para o meu gosto, porque tem de tudo um pouco. Mesmo se você gosta do estilo de fantasia, vai achar um para você! :)

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