Autora: Lucinda Riley
Título Original: The Moon Sister
Livro 5 da saga As Sete Irmãs
Páginas: 592
Ano: 2018
Gênero: Romance
Editora: Editora Arqueiro


Em A irmã da lua, quinto volume da série As Sete Irmãs, duas jovens separadas por um século têm suas vidas entrelaçadas numa emocionante história sobre fé, tradição, paixão e sobrevivência.Entre as filhas adotivas de Pa Salt, Tiggy D’Aplièse é conhecida como a instintiva e sensível. Envolvida em sua carreira na proteção de animais selvagens, ela não sabe se está preparada para seguir as pistas de suas origens, deixadas pelo pai.Ao aceitar um novo emprego nas belíssimas Terras Altas escocesas, Tiggy fica apaixonada pela remota propriedade, administrada pelo enigmático Charlie Kinnaird. O belo cirurgião cardíaco acabou de herdá-la e enfrenta problemas para reerguê-la e transformá-la em um santuário para as espécies nativas. Em seu novo lar, Tiggy encontra o velho cigano Chilly, que altera totalmente seu destino. Ele conta que ela não só possui um sexto sentido, proveniente dos ancestrais, como há tempos foi previsto que ele a levaria até suas origens na Espanha, nas montanhas sagradas de Sacromonte, à sombra da magnífica Alhambra.
Tiggy D'Aplièse está na Escócia cuidando de seus gatos selvagens e de outros animais quando recebe o comunicado sobre a morte de Pa Salt. Ela e suas outras irmãs adotivas, com vidas totalmente diferentes umas das outras, sempre viveram em união e receber esta notícia foi como um soco bem no fundo do peito.

Agora, depois de todas as cerimônias e de ter recebido uma carta para que ela fosse atrás de sua família de nascimento, o que Tiggy quer é continuar o seu trabalho da mesma forma. Porém quando ela recebe uma proposta para trabalhar em uma propriedade na escócia onde vai poder cuidar de seus gatos e de outros animais, ela começa a viver uma nova aventura.

"Tudo o que eu queria era me perder em meio ao milagre da natureza em sua magnificiência. Vesti depressa a calça jeans, um suéter, uma casaco de esqui, um gorro e um par de botas resistentes e desci até a porta da frente. Estava destrancada e, no instante em que pisei lá fora, deleite-me no paraíso intocado por seres humanos ou suas habitações." P. 27
Quando as coisas começam a perder o ritmo e ficar confusas na cabeça de Tiggy, ela resolve ir atrás de sua família biológica. É quando conhece Chilly, um vidente que diz saber sobre sua vida e que ela vai achar tudo o que procura. Assim Tiggy segue para a Espanha em busca de maiores respostas depois de saber que precisa ir até Sacromonte, e achar uma gruta com uma porta azul.

O que Tiggy encontra é um mar de cultura e diversidade. Sua veia gitana a leva para um mundo cheio de danças, amores e amizades. Em meio a uma família que encara a música com todo o amor e um sonho de dançar e criar raízes pelo mundo, também vai haver a dor da guerra na Espanha de Franco. Tiggy vai conhecer a história de seus antepassados, sua bisavó, avó e mãe e um dom que sempre esteve junto a ela.

"Na maioria das noites, enquanto lufadas de fumaça branca subiam das chaminés de suas muitas grutas, a montanha de Sacromonte ganhava a vida com o dedilhar dos violões, as profundas vozes masculinas dos cantaores e o bater de palmas e pés dos dançarinos. Não importava que os residentes ciganos fossem pobres e famintos, eles sabiam que o espírito do flamenco poderia animá-los." P. 119

Finalizo a leitura do quinto livro da série As Sete Irmãs e mais uma vez me deparo com uma criação esplêndida da autora Lucinda Riley. Em livros anteriores Tiggy não era uma das irmãs que me instigava muito, principalmente porque ela não tinha uma profissão que até então despertasse o meu interesse. Parecia uma pessoa mais tímida e muito mais discreta que as outras irmãs.

Uma das coisas que posso dizer que Lucinda aprimorou a partir do terceiro livro foi o de não repetir a história sobre a morte de Pa Salt. Até então ela contava o mesmo enredo e só mudava o ponto de óptica de cada irmã, o que deixava a história um pouco repetitiva. Quem acompanha a saga vai perceber que isto nem acontece mais. A Lucinda somente comenta brevemente o fato e já segue com a história.
"No início, pensei que fosse alucinação. Eu estava olhando para a neve havia muito tempo e o pelo branco se misturava com perfeição à paisagem ao redor, suas galhadas grandes do mesmo tom aveludado das árvores, até que ele lentamente emergiu. Mas agora estava sozinho, longe dos veados-vermelhos, talvez a apenas alguns metros de mim." P. 233
O mais fascinante é como consegui saber mais sobre toda a cultura gitana. A história vai ser dividida entre o passado, sobre os ancestrais de Tiggy e o presente, quando Tiggy conversa com os parentes atuais e também a sua vida e suas escolhas.

É grandioso pensar que todas as culturas podem ter tido um fundo lindo e verdadeiro, mas para quem não sabe, os gitanos sofreram muito e sempre foram um povo caçado. Até hoje podemos perceber que os ciganos em si são pessoas sem posses e que rumam de um lugar a outro. No livro a história mostra sobre a diferença em que os gitanos precisam viver fora da cidade, separados dos brancos, em uma situação de miséria, mas nem por isto eles se tornam infelizes, mas amigos e cheios de vida com sua dança e música.

 


Viajar na cultura da dança flamenca, conhecendo primeiro María, a mãe que luta diariamente para manter seus filhos bem e saudáveis, depois o sonho de Lucía de se tornar uma dançarina famosa e viajar pelo mundo inteiro. Cada passo de dança, cada acorde de violão, cada viagem para um lugar diferente. Isto tocou meu coração de uma forma gigantesca.

Mas não foi somente isto que prendeu a leitura. Todo o amor e a luta que cada um deles deu para estarem juntos ou o que muito abdicaram de si para o bem de outros. Acredito que isto tenha sido a maior reflexão da história. O quanto um povo sofrido se une em meio a diversas dores.

"- Não há uma só família que tenha permanecido intocada em Sacromonte, e até mesmo em Granada. Gerações destruídas... homens, mulheres, crianças assassinadas por crimes que nunca cometeram. Payos e gitanos. Bem... você viu como era antes de partir, María. E só piorou. " P. 470
Ao final da leitura quis conhecer bem mais da cultura. Como sempre acontece com algumas leituras, eu queria brigar com alguns personagens e abraçar outros. É a forma como Lucinda Riley tem de mostrar como as pessoas podem ser destrutivas ou conciliadoras e como a união delas tem o poder de mover montanhas.

Só espero que o próximo livro, que conta a história de Electra continue com o mesmo sabor deste livro e dos anteriores. Não vejo a hora de descobrir de uma vez por toda todo este mistério!



21 Comentários

  1. Oi, Greice.
    Que bacana saber que a autora deu uma variada no enredo. Ninguém merece ficar lendo sempre a mesma história do ponto de vista de cada um dos personagens!! Rs... Acho que a essa altura já não tinha mais o que dizer do mesmo evento!! Rs...
    Fora que é sempre bom ter a oportunidade de aprender sobre novas culturas. Que bacana que o livro te estimulou a querer saber mais!
    beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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    1. Tem toda razão. Sabe que eu adoro conhecer os países que ela apresenta.

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  2. Oi, Greice!
    Não conhecia esse livro ainda, mas adorei a proposta do enredo! Acho a cultura gitana muito bonita, com suas músicas, danças e visual tão colorido. Gostaria muito de ler o livro e conhecer mais sobre esses povos, sua resenha me animou demais! A única coisa que me dá um certo receio é o fato de ser uma série que parece ser tão longa. Ando fugindo um pouco de séries longas ultimamente, mas se eu tiver coragem de encarar essa um dia, acho que eu iria adorar. Ótimo post! Beijos!

    Jéssica Martins
    castelodoimaginario.blogspot.com

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    1. Pois é, são até agora cinco livros e acho que vai terminar em sete. Mas o bom é que você conhece cada país.

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  3. Ola

    Eubsou apaixonada por essa serie... acho incrivel a escrita da Lucinda e estou completamente alucinada para ler esse livro, ainda falta ele na minha coleção.

    Um adendo, a Arqueiro arrasou na capa dessa serie...meu Deus!

    Beijos

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  4. Quero muito ler essa série. A premissa é tão envolvente e todas as resenhas que leio (de todos os livros da série) me fazem ficar louca de vontade de ler logo. E que bom saber que a autora começou a não ficar tão repetitiva na história dos pais delas, imagino que era algo chato mesmo.
    beijos

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    1. Sim, eu achei bem chato no início a repetição, depois que parou eu fiquei super aliviada. Acho que ela ouviu muitos os leitores nesta parte.

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  5. Olá Greice,

    Acabei de ler uma resenha desse livro e foi igualmente positiva, eu sou suspeito pra falar da autora, gosto demais da escrita dela, esse já esta na minha lista de desejados, ótima resenha...bjs.


    https://devoradordeletras.blogspot.com

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  6. Infelizmente, eu ainda não tive a oportunidade de ler nenhum livro da Lucinda Rey. Quero começar por A Casa das Orquídeas, mas a verdade é que todo livro que vejo dela custa muito caro. :(

    Eu conheci um pouco da cultura cigana quando assisti minha querida novela Zorro - A Espada e a Rosa. Eles estão muito presentes nos capítulos, até porque o pai biológico da protagonista era um cigano e sua mãe meio que se tornou parte do povo. E pude perceber o quanto eles eram perseguidos e sofriam. E mesmo assim não abandonavam a paixão pela música e por sua cultura, da qual se orgulhavam.

    Creio que me interessaria mais pela trama deste livro justamente por conta da cultura cigana. Iria amar conhecer um pouquinho mais. E também sou apaixonada por música e pela garra dos povos.

    Bjs!

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    1. Menina! A Casa das Orquídeas foi o primeiro livro que li dela e foi por isto que me apaixonei desta forma. Tem os livros dela em promoção da Amazon, aí você consegue aproveitar!

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  7. Olá, tudo bem ?
    Eu não li nada da autora ainda, mas sempre leio resenhas muito boas, que me deixam bem intrigada, talvez em 2019 rsrs. Eu já li um livro sobre a cultura do povo Gitano e é realmente um povo lindo e lutador, uma pena sempre terem sido perseguidos.
    Fiquei bem interessada na série e já vou até colocar no meu Skoob.
    Beijos

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    1. Tente começar lendo um outro dela que não seja saga. Aí você vai ver como se sente com a leitura.

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  8. Tenho visto algumas resenhas sobre a saga, mas não li nenhum dos livros, apesar de gostar muito da premissa cigana deles, sem dizer que é animador saber que a autora aprimorou sua escrita. Vou dar uma procurada no primeiro livro, quem sabe esse mistério também não me envolva, porque a curiosidade ela já despertou.

    Bom final de ano.

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    1. A oportunidade sempre é válida né! O primeiro livro ainda por cima se passa no Brasil!

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  9. Olá, Greice.

    A Lucinda tem um modo de narrativa único, que desperta diversas das mais diferentes emoções nos leitores, já perdi as vezes do quanto chorei ou sorri lendo seus livro, ela é simplesmente maravilhosa no que faz.
    É ótimo quando estamos lendo um livro e adquirimos conhecimento a respeito de outra cultura, eu adoro isso.
    A respeito da história, não me chamou muito a atenção, mas por ser um livro da Lucinda, eu com certeza o lerei, sei que ela reserva grandes coisas nessa série, apesar de imediato a história não ter despertado meu interesse.
    Fico feliz que ela está evoluindo ao decorrer dos livros nessa série, isso é ótimo!

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    1. Ela consegue criar tantas narrativas nos livros dela que emociona. Aqui nesta ela coloca a guerra da Espanha. Cara, destruiu meu coração.

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  10. Oi Greice!
    Essa é uma das séries que tenho grande curiosidade para conhecer. Recentemente li dois livros da Lucinda e gostei bastante da escrita, agora quero iniciar a série e conhecer de perto a história de cada irmã. Fico contente ao saber que a medida que os livros vão avançando, temos um enriquecimento absurdo da trama e o enredo vai se tornando cada vez mais instigante.
    Adoro leituras com mistérios, então já estou animada para iniciar a leitura.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  11. O enriquecimento é enorme em relação a culturas mesmo! E eu amo isto em livros!

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  12. Oi Greice,
    Adoro livros da autora e, principalmente, quando eles trazem tantos ensinamentos como esse parece ter trazido. Também achei muito legal a questão cultural trabalhada no livro, por ser tão diferente do que estamos acostumados.
    Também gostei muito dos personagens, que pareceram fortes e bem construídos.
    Adorei as suas impressões e vou super anotar a dica ♥
    Beijos,
    @umoceanodehistorias_

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