FILME: Nós
NOME ORIGINAL: Us (Nós)
NACIONALIDADE: Estados Unidos
DURAÇÃO: 1 hora e 56 minutos
ANO: 2019
GÊNERO: Terror / Suspense
Adelaide (Lupita Nyong'o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar a família para passar um fim de semana na praia e descansar em uma casa de veraneio. Eles viajam com os filhos e começam a aproveitar o ensolarado local, mas a chegada de um grupo misterioso muda tudo e a família se torna refém de seus próprios duplos.
E para quem não sabe, este diretor conseguiu a faceta de ganhar um Oscar com o filme Corra!, que seria um filme de suspense, porém ganhou na categoria comédia, onde também tem cenas assim e com um roteiro totalmente diferente o diretor Jordan Peele levou a estatueta no último Oscar e voltou com mais um filme para causar alucinações nas mentes dos espectadores.
A história toda é simples. Uma família vai passar um tempo na casa de veraneio que era da mãe da personagem Adelaide, a mãe dos meninos. Porém esta mesma mãe odeia a praia por ter uma lembrança terrível que aconteceu na infância, cena que é mostrada logo no início do filme e se tivesse acontecido comigo eu já estaria em outro planeta no momento.
A partir disto ela tem aversão àquele lugar e mesmo assim pela família ela vai lá interagir com amigos, que geralmente tendem a mostrar a riqueza o tempo todo. O problema é que coisas estranhas começam a acontecer e de repente uma outra família igual a eles, porém vestida de vermelho e com rostos assustadores surge para matá-los.
Este é o filme? Não! E isto é o que mais intriga. Isto tudo acontece muto rápido e quem assiste a muitos filmes do gênero de suspense vai achar que é um filme onde a família louca fica perseguindo a família sã. Não é bem assim que acontece. E eis que começam as teorias malucas a se formarem.
Pelo menos eu não sabia absolutamente nada a respeito do que estava acontecendo e fui tecendo teorias. Fantasmas? Clones? Sombras? Alucinações de um personagem? Pode ir colocando tudo isto em um papel já que tudo vai ir sendo destilado aos poucos pelos diálogos dos personagens. Cada um vai perseguir o seu igual sendo que cada um tem o mesmo talento do outro e sabe exatamente o que ele vai fazer e como vai fazer.
É um corre, foge, pega, mata, corre, foge e apanha que em minutos tudo acontece tão rápido que parece uma história contada aos tropeços, mas muito bem contada. Aí quando parece que está se dando algum tipo de respiro vem o choque de se perceber que as teorias podem estar todas erradas e realmente há alguma coisa muito louca com aquele lugar ou alguma coisa muito louca com o espectador. Se é que não se voltou para o mundo de Lost, que para quem assistiu o seriado vai poder entender um pouco melhor toda a loucura.
A inteligência da história é emocionante. A personagem principal consegue transpor a emoção de uma forma perfeita, sendo que os dois filhos não ficam para trás. O único traço que incomoda é que o diretor também quis dar a pitada de humor neste filme e pecou quando deu a incumbência ao marido da personagem que além de não ter graça nenhum, era um bobo total e as piadas se tornaram mais do que inadequadas e sem estilo na história.
A teoria final do filme, consignada com o que o filme realmente passa é ilustre. É um choque de realidade. É um soco na cara tão bem dado que mesmo que esteja no lado mais de fantasia é perfeitamente colocado em um jeito literal na história.
Eu só ficava esboçando reações do tipo: "mas como?", "como assim?", "de onde?" de tão perdida que eu fiquei com toda a influência de integrantes que basicamente estavam ali o tempo todo.
É um filme que vale a pena ser visto e que no final eu precisei buscar mais sobre o filme para entender um pouco melhor e raramente faço este tipo de coisa. A descoberta é perfeita e agora me pego pensando se temos a capacidade de perceber fatos tão humanos assim.
Mais um ponto para Jordan Peele!