Quando o duque de Bewcastle entra em algum lugar, tudo o que está ao redor parece congelar ou tremer de medo com o que ele pode falar ou como ele vai reagir. Não que ele seja uma pessoa que brigue, entre em discussões de qualquer tipo. Imagine, um duque! Mas quando ele ergue a sua sobrancelha ou leva o monóculo ao olho, todas as pessoas sabem que devem abaixar o olhar ou seguir as instruções.

Agora que todos os irmãos casaram-se e estão vivendo em diversos lugares da Inglaterra, Wulfric Bedwyn se vê totalmente solitário em sua gigante mansão em Lindsay Hall. Não somente lá como em todas as vastas propriedades que possui, até mesmo em sua casa em Londres. Após o falecimento de sua amante, ao qual estivera ao seu lado por mais de dez anos, ele se sente mais solitário ainda, mas demonstrar qualquer tipo de sentimento para alguém não é de seu feitio.

Christine Derrick é uma viúva aos 29 anos. Seu falecido marido Oscar era ciumento e possessivo e acreditava que ela flertava com todos os homens que estavam ao seu redor e que ela era totalmente sedutora, mesmo que Justin, o melhor amigo de Christine jurasse de pés juntos que isso nunca acontecia. E num momento fatal Oscar se fora e deixara ela sozinha, voltando para o interior e para junto da mãe.

Em uma temporada festiva de duas semanas, apesar de nunca ficar indo a estas festas enquanto está de férias, Wulfric aceitou passar junto de pessoas da aristocracia, junto com mulheres tediosas e homens que não geravam assuntos importantes. E ao chegar e se deparar com uma mulher que parecia não saber se comportar como uma dama, que ria alto, não escondia-se das pessoas, as fazia rir, ele percebeu que aquela mulher tinha algo que o perturbava.

Nos dias que se seguiram Christine queria sumir daquela temporada de duas semanas de festas. Fora até lá só por pedido de sua grande amiga, mas se arrependeu assim que chegou lá. Aquelas pessoas pareciam esnobá-la, mas na verdade cada coisa de errado que ela fazia sem querer eles a adoravam cada vez mais. E ela fazia na maior inocência. Apesar de que seus cunhados achassem que ela fosse promíscua. E quando conheceu o duque de Bewcastle viu que tudo o que falavam dele era a mais pura verdade.

Aos poucos mesmo após conhecer mais a fundo o duque depois das passadas duas semanas, Christine continuou sua vida normalmente, apesar de algo maior ter acontecido. Agora tanto o duque quanto a professora tinham em mente algumas lembranças e só o tempo e as novas festas podem colocar os dois juntos para resolverem as situações que ficaram pendentes.


Autora: Mary Balogh
Título Original: Slightly Dangerous
ISBN: 9788580416455
Páginas: 304
Ano: 2017
Gênero:  Romance de Época
Editora: Editora Arqueiro






 

E então é chegado o final de uma saga, a minha primeira saga de um romance de época. Quando comecei a ler romances de época não imaginava que me apaixonaria totalmente por este gênero. Mesmo que e, alguns livros a história comece a parecer a mesma coisa, aos poucos vamos nos identificando com a autora e com os personagens e no fim nos damos conta de que o estilo é realmente o mesmo mas cada uma utiliza sua sagacidade de uma forma diferente.

Através da saga dos Bedwys consegui conhecer a escrita da Mary Balogh. Ficava imaginando como poderia ser criada uma saga com tantos irmãos e não se tornar repetitiva e monótona ao mesmo tempo e a cada livro que eu lia via uma coisa diferente, com características de personagens diferenciados.

Quem chegou a ler algum volume anterior ou todos sabe que o maior desafio e o que mais gerava curiosidade era o Duque de Bewcastle. O personagem sempre se mostrou frio, arrogante e que não tinha nenhum tipo de afeição, afeto ou simpatia a nada ou alguém. Era o tipo de comportamento ao qual foi ensinado a ser desde pequeno, quando seu pai ficou doente e ele se viu obrigado a cumprir a função de duque, com diversos tutores.

A personagem de Christine foi uma das melhores de toda a saga. É aquela mulher que não se importa com as regras sociais, mas não é nem um pouco mal educada. Gosta de esbanjar bom humor, rir alto, correr, brincar à vontade, gosta de estar com crianças e coisas que naquela época as mulheres eram julgadas ao fazer. O bom também foi ver que ela não é uma personagem adolescente e sim já com seus 29 anos, viúva, com uma perspectiva e experiência diferentes.

Tanto as cenas em que Christine aparece sozinha ou em que interage com Wulfric, são ótimas. Ela é sagaz, inteligente e adora fazer piadas. E foi isto que fez com que eu não quisesse parar de ler. Ver que uma pessoa não se importa com a posição social da outra e que não se importa com a opinião dele foi genial, traduzindo assim melhores momentos.

E mesmo que Wulfric seja um duque ele não utiliza a sua posição para conquistar tudo que deseja ao seu redor, mesmo que naquela época isto por si só já acontecesse bastante. Claro que nos apegamos aos romances de época pelo romance, mas se parar para pensar em quantas coisas as mulheres eram privadas, é de dar pena e até raiva, mas o restante era tão lindo e os sonhos não podem ser destruídos nestes romances.

O legal também é que não foi uma coisa super fácil no romance. Nada do tipo que alguém pisca e o outro já cai aos pés. Teve algo bem sensato e bem racional, fato acho que dado pela questão da maturidade dos personagens. Christine para mim foi a melhor de todos os pares da saga e as resoluções que ela tomava, mesmo que a fizessem sofrer, para mim eram certas.

Mas logicamente o final é mágico. E logicamente eu não queria que este fosse o último livro. Quando nos apegamos a uma família o desejo é que tenha mais um contando o que aconteceu depois de anos e mais depois e depois, mas lógico que a literatura não é assim. Mary Balogh fez magicamente sua arte nesta saga e cada um doa livros foi perfeito. Wulfric conseguiu expressar o que muitas de nós deseja: que mesmo que nem sempre se tenha um homem sempre emotivo ao lado, não significa que ele não ame.







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