Tem aqueles momentos em que a vida parece parar. Parece dar
uma mudança no tempo, ou melhor, uma mudança em todos os sentimentos dentro da
gente. Eu sempre coloco que as coisas ficam em terceira pessoa, mas na verdade
estou falando em primeira, como as coisas mudam dentro de mim.
Existe o conflito de questões que vai aparecendo em cada
momento de crescimento. As questões existenciais e até mesmo as cobranças que
surgem da sociedade em relação ao que se deve fazer: trabalhar, estudar,
namorar, casar, ter filhos, conquistar uma casa, estabilidade. Por outro lado
algumas pessoas não são apegadas a bens materiais e acreditam que o dever deva
ser em prestar socorro a outras pessoas, a fazer caridade, a estar presente
para com os mais necessitados ou então uma soma de todos estes fatores torna
alguém super especial e completamente realizado.
Há muito tempo já me cobrei sobre diversas coisas as quais não
consegui conquistar e até mesmo parei para pensar se eu não seria inútil ao
fato de não chegar tão perto de algo que muitas pessoas conseguem. E depois de
encarar a quase morte por minha própria vontade diversas vezes percebi que na
verdade eu não sou igual a muita gente que tem milhares de metas e objetivos na
vida ou que tem uma motivação fenomenal a ser conquistada. Não. Tem dias que eu
sequer quero acordar e levantar. Sim, isso é denominada depressão.
O fator real é que agora me encontro em um momento em que
pareço estar em meio a uma multidão e mesmo assim pareço estar totalmente
sozinha. Ser solitária é uma coisa, é aquele jeito de ser que muitas vezes eu
também estou. Gosto muito mais de ficar em casa, lendo, vendo filmes do que em
festas e afins. Sou mais solitária mesmo. Mas me sentir sozinha agora está
sendo uma das primeiras vezes, quando parece que tenho mil coisas a falar e
ninguém para ouvir, já que as pessoas também tem suas vidas.
Depois de um tempo percebi que existem amigos e colegas e também conhecidos. Amigos agora são poucos, mas também duradouros. São aqueles que ficam ao seu lado indiferente do tempo e do que aconteça e este levo para toda a vida. Conhecidos e colegas estão ali para um tempo determinado e não se pode contar todas as coisas, já que a confiança também não é tão grande.
Agora o vazio que eu sinto é tão grande porque preciso decidir algumas coisas e também preciso ter alguns conselhos e não me vejo perguntando para alguém sobre isto e não imagino alguém percebendo isto também. Há momento em que quero pular de um lugar alto e sentir o vento no meu rosto sem pensar na consequência seguinte, mas que tudo acabasse rapidamente.
São desafios diários. O tempo todo. Já percebi que não consigo satisfazer todas as pessoas mesmo tentando ser a melhor. Não adianta eu trabalhar, estudar, ajudar em casa, quando o que se pensa é que eu sempre sou um problema por algo. E já resolvi ficar sozinha, sendo que um relacionamento para mim é mais dolorido do que satisfatório, pelo menos por enquanto.
Então, sim. A solidão agora me atormenta. E ao contrário do que todo mundo pensa sobre pessoas mais deprimidas, não buscamos estar assim, estamos assim por certas condições que algumas vezes é difícil de encarar e viver. Já tentei lutar e hoje sou mais forte do que ontem, mas ainda não sei até quando. Nunca digo que nunca farei e que nunca direi adeus. Mas no momento o que mais preciso é desabafar.
Eu entendo você perfeitamente, amiga. Me sentir sozinha no meio de uma multidão tem sido uma constante em minha vida. Mas, você sabe que estou aqui sempre pra você. Amo tu e se quer desabafar, pode falar comigo quando desejar.
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