Você talvez esteja se perguntando como é que alguém demorou tanto
para assistir a um filme que já saiu há um bom tempo em cartaz e
mais ainda saiu a publicação do livro, sendo que já tem disponível
a trilogia completa da trama, certo?
Bem, vamos ter que
chegar a certas conclusões em que houve filmes sobre questões onde
os personagens estavam doentes ou então ficavam doentes e que tem
toda aquela parte de sofrimento geral e coloca todo mundo para
chorar. Eu percebi que a comoção era muito grande e não quis
arriscar a ser uma das que assistia e morria chorando.
E eis que, por estar
repassando os filmes na Netflix e não estar com nenhum especial na
manga, vi aquele passando na “timeline” e acreditei que estava
pronta para o sucesso de público. Pronta para a história que
conquistou o público.
E quando terminou eu
estava totalmente arrasada, chocada e destruída que levou mais de
uma semana para me recuperar de um baque que se formos analisar era
somente a história de um filme e que já vi outros milhares. E
então, qual a razão de o filme machucar tanto ou marcar tanto?
Se você ainda não
assistiu ao filme talvez não seja o momento certo de continuar a ler
este post, pois vai conter spoilers da trama. E falo do filme, já
que não li o livro e sei que ele é bem mais completo.
Primeiro temos a
querida Louisa Clarke, uma mulher que mora com seus pais, avô, irmã
e sobrinho. Moram em uma pequena cidade do País de Gales onde não
há mais muitas oportunidades de emprego e que a economia já não é
das melhores. Assim, já temos a visão de que Lou, que namora há um
tempão com uma pessoa que pensa mais em si do que no relacionamento
a dois, luta arduamente para que sua família esteja sempre bem.
Acredito que a
partir daí as leitoras e espectadoras já vão de identificar muito
com a personagem, tendo em vista que Lou tem o sonho de ir para uma
faculdade, porém decidiu ficar naquela cidade para ajudar os pais,
aceita as propostas bobas que o namorado faz para agradá-lo e se
mantém positiva para não magoar ninguém. Quem nunca foi assim?
Em segundo tempo
Will Trainor, um homem lindo, com uma namorada linda, rico e cheio de
adrenalina. Pratica todo tipo de esportes, ama a vida, é um ótimo
profissional bem-sucedido e que de repente se vê em uma cadeira de
rodas totalmente sem movimentos. E que precisa de uma cuidadora.
Então logicamente a
história está formada. Aparentemente uma bela história que deveria
terminar com muito amor e paixão. Só que não. E é aí que mesmo
que todas desejassem o contrário, o choque da decisão foi muito
dolorido. No filme, Will Trainor já havia tomado a decisão da
eutanásia, por não aguentar a dor de viver daquela forma mesmo
ainda não tendo conhecido Lou. E a pergunta que fica é: Foi
egoísmo?
Fui uma das que
chorou imensamente com o final. Não queria aceitar o fato de que
eles estavam apaixonados e mesmo assim ele estava se despedindo da
vida. Era tudo tão lindo. Tão poético. Mas se olharmos pelo lado
real da situação, o que não foi mostrado veremos que a dor de Will
era muito maior.
Imagine-se sem poder
mover nem uma parte do seu corpo. Somente ter as expressões faciais?
Sentir dores terríveis e pesadelos constantes com a vida anterior?
Ver pessoas vivendo o tipo de vida que ele deseja, vendo o amor da
vida dele não tendo a vida que ele quer que ela viva? Ou poder
sentir de alguma outra forma tudo isto? O filme mostra um pouco a
rotina de Will e só consigo pensar o quanto ele sofria com as
doenças.
E mesmo assim
machuca. A ideia de que Lou sonhou com aquilo tudo. Que deixaria
todos os seus outros sonhos para trás para ficar com ele. Que tentou
de todas as formas fazê-lo desistir daquela ideia. Me senti tão
destruída quanto ela. Como se já tivesse desistido de muitas coisas
por um amor e já tivessem me deixado também. E mesmo assim parece
que fiquei lá, até o fim, esperando para ver se poderia haver
alguma mudança de opinião.
E é por isso que
Como eu era antes de você machuca tanto. Porque nos faz pensar como
lutamos tanto. E como nem sempre ganhamos. Mas vale a pena sonhar.
Mesmo que no fim alguém desista, os momentos bons vão seguir junto
conosco para sempre.