ESTA RESENHA PODE CONTER SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO
Após todo o terror vivido com a primeira guerra mundial, as famílias tentam viver normalmente e tocar suas vidas tranquilamente. O porém é que a economia dos países envolvidos tentava se recuperar aos poucos e mesmo assim a política causava um grande furor.
Na Alemanha agora vivia a família de Walter Von Ulrich juntamente com sua esposa Maud e seus dois filhos Carla e Erik. Como Maud e Walter se casaram em segredo, seu irmão, o conde Fitzherbert não falava mais com a irmã e também não a ajudava mais financeiramente. Agora Maud vivia de forma mais simples possível em Berlim onde dava aulas de piano ou tocava em bares para conseguir mais dinheiro.
Ethel Leckwiht continuou na política e agora fazia parte do Parlamento. Não havia alcançado tudo que desejava mas estava contente por ter chegada lá. Casada com Bernie e mãe de Lloyd e Millie, estavam enfrentando a onda contra o fascismo que rondava a Europa. Bernie era um político ativo e ver aquelas pessoas agindo loucamente e sem pensar na democracia o enlouquecia. Sabia bem de onde vinha tudo aquilo e sabia que Hitler estava por trás do pânico que se espalhava, incluindo a guerra na Espanha.
Já nos Estados Unidos as coisas andavam muito melhores. Para a família Peshkov o dinheiro fluía facilmente. Lev tinha talento para ser empreendedor. Claro que sua fama não era das melhores e realmente ele fazia muitas coisas para ter ela. Já tinha amantes por todos os lados e tanto sua esposa Olga quanto sua filha tinham esta total consciência. Daisy tentava de todas as formas entrara para o clube da socialites mas ninguém a aceitava justamente por quem era seu pai, não importava quanto eles eram ricos.
No mesmo patamar de riqueza estava a família do senador Gus Dewar. Agora casado com a talentosa Rosa, tinha os filhos Woody Dewar que se interessava muito pela fotografia e Chuck que se jogou na área militar. Todos acompanhavam os acontecimentos na Alemanha, Espanha e outros países, mas sabiam que no momento a tranquilidade estava pairando ali.
Quando Hitler subiu ao poder a Alemanha descobriu o que era o terror. Muitos que não eram do partido nazista começaram a ser caçados e a família Von Ulrich era uma delas. Começaram a ver os judeus serem perseguidos e aos poucos pessoas desapareciam. E então veio a fome, o desespero, a tortura e ninguém mais tinha como sair de lá. Hitler havia vencido.
Lloyd fora lutar na Espanha e percebeu que a morte estava em todos os lugares. Ninguém tinha motivos para viver por ali e mesmo assim o general Franco não permitia que ninguém fosse contra o comunismo e permitia que qualquer pessoa fosse morta. O mundo estava um caos.
O Japão começou a perceber que estava encurralado e em um golpe fatal em uma manhã de um domingo de sol atacou o Havaí matando centenas de pessoas. As poucos começava a segunda guerra mundial e mais uma vez o mundo é quem perdia. E quem choraria seriam as famílias de todos os países.
Autor: Ken Follett
Título Original: Winter of the World
ISBN: 9788580410891
Páginas: 880
Ano: 2012
Gênero: Ficção / Drama / Romance
Editora: Editora Arqueiro
Sabe aquela cena do filme Titanic em que o ator Leonardo di Caprio fica na ponta do navio e grita que é o rei do mundo? Bem, acredito que não é mais! E olha que eu sou super fã dele como ator. Mas depois de ter lido a Trilogia do Século eu descobri que o Ken Follett tem todo o poder de refazer a cena e gritar que é rei do mundo. E eu estaria no navio aplaudindo o fato de forma mais alegre possível.
Se você for enumerar as questões nas quais eu sempre comento por aqui porque leio livros sobre guerra, fatos reais ou coisas do gênero vão bater na certa, pois gosto sempre de conhecer histórias novas e quando se trata de fatos reais embutidos em uma narrativa, parece que tudo fica melhor.
Após ler Queda de Gigantes eu tive uma grande surpresa em perceber que aquele tipo de história me fazia não ter aquela sensação chata de aula de história e sim um gosto tão grande que não queria mais parar de ler. A minha sorte foi que a trilogia já havia sido lançada e eu não precisaria ficar esperando. E Ken Follett fascina demais. Neste segundo livro ele dá continuidade de uma forma esplêndida. Na verdade, ele termina o primeiro livro na forma que faz você roer as unhas. Eu já pensava que sabia o que aconteceria, afinal, é a história. E levei um banho de água fria ao notar que tanta coisa aconteceu no mundo que eu nem tinha ficado sabendo como as coisas tiveram início.
E doeu. Há cenas em que você chora. Momentos em que você pensa que não pode ser tão cruel assim. Outros em que você sabe que pode ser exagero e no fundo sabe que não é, que a guerra e a maldade são exatamente daquela forma. Comecei a perceber que a política faz parte de tudo nas decisões da humanidade. O pior de tudo é saber que isto ainda continua acontecendo no mundo.
Em Inverno do Mundo o leitor terá um lado mais humano de cada personagem e conforme os acontecimentos vão sendo narrados por Follett, o coração vai dando saltos e a ansiedade toma conta. Desejei em muitos momentos que o destino fosse outro mesmo sabendo que não seria. Mas acredito que saber os verdadeiros motivos também tenham me ajudado a entender melhor a história.
A grande questão é que você se apega tanto aos personagens que os torna como seus amigos e amigas e sofre quando eles sofrem, caso você seja aquele leitor que entra na história da mesma forma que eu.
Não vá pensar que não poderá ler porque o livro é grande e tem muitas páginas, pois estará perdendo uma grande emoção e um grande conhecimento. A diagramação é impecável e não há problemas de português. Os problemas são totalmente políticos e humanos e guiados por Follett como um autor que sabe o que faz.
Inverno do Mundo vai congelar seu coração pelo medo, mas aquecerá seu corpo pelo amor que as pessoas sentem ao nunca esquecer que existe a esperança.