Nina Borg é uma enfermeira que mora na Dinamarca. Trabalha ajudando pessoas que estão ilegalmente no país, seja por motivos de fuga ou por outros motivos. Existe toda uma rede complexa que integra muitas pessoas preparadas para este fim, já que as pessoas que estão fugindo de sua pátria ou buscando melhores condições de vida acabam se perdendo ou caindo em mãos de um ou outro mau caráter.
Na Hungria a luta era contra os imigrantes ilegais e contra os ciganos. As pessoas daquele país tentavam fazer com que o governo mandasse embora uma raça que nada de ruim fazia a sua nação. Mas isto ninguém queria saber, eles eram menosprezados em milhares de locais e se não cuidassem, sua vida era tornada um caos e a morte era fácil.
Tamás tinha perto dos 18 anos e precisava fazer algo para conseguir dinheiro. Sua família era pobre demais, chegava a ser miserável e seu irmão estava na cidade estudando para ser advogado. Em uma incursão por obras antigas soviéticas, Tamás e um amigo encontram um objeto impressionante. Ali está algo incrivelmente lucrativo. Mas este objeto vai custar mais do que Tamás imagina.
Na Dinamarca Nina fez uma promessa ao seu marido. Após se encrencar com uma aventura no passado, em que quase sua vida foi levada embora, apesar de ter salvado um menino que fora contrabandeado em uma mala, Nina não poderia visitar a clínica durante as duas semanas que seu marido estivesse viajando a trabalho. Tinha dois filhos, uma de 14 e outro de 6 e eles precisavam da mãe perto e mais ainda de proteção. Nina sabia que era preciso manter a promessa e manter também a sanidade.
Em uma grande emboscada que não era possível fugir, Sándor, irmão de Tamás se vê obrigado a ir atrás do irmão para impedir que homens matem sua família. Mas é em uma oficina que encontra pistas sobre seu irmão. É lá também que encontra um grupo imenso de ciganos ilegais. Ciganos que estão apresentando sintomas estranhos. Vômitos, enjôos e febre. Uma doença misteriosa está tomando conta do ar e Sándor percebe que uma enfermeira tenta cuidar de alguma forma de um ou outro paciente. Mas que lugar é aquele e por qual motivo todos estão com tanto medo?
Do outro lado da cidade a polícia e a inteligência sabe que os terroristas estão preparando algo mas as pistas não estão claras. Aos poucos vão perceber que quando pessoas começarem a morrer e o caos se instalar, as peças vão se encaixar e quem deveria cumprir uma promessa vai quebrar todo o seu silêncio para salvar novamente outras pessoas, desta vez, errando completamente o alvo.
Autora: Lene Kaaberbol e Agnete Friis
Título Original: Invisible Murder
ISBN: 9788580413519
Páginas: 320
Ano: 2015
Gênero: Ficção / Suspense
Editora: Arqueiro
Certo, este livro apesar de dizer que seria uma continuação de O Menino da Mala, para mim não há nada que incite no livro esta questão. A verdade é que a personagem de Nina Borg é uma enfermeira que trabalha para uma clínica que apóia diversos sistemas de refugiados e nisto há uma grande rede para as autoras poderem escrever histórias. E é exatamente o que elas fazem. Mas é como uma personagem ser utilizada em vários livros com histórias diferentes e não você ler o segundo livro e não entender absolutamente nada porque não leu o primeiro. Nada disso. Se você não leu o primeiro, pode ler A Morte Invisível que não fará diferença nenhuma.
Eu gosto da forma como as autoras escrevem. Como são duas, muitas vezes as coisas podem sair meio que monótonas,mas ao se tratar de Lene e Agnete a perspectiva é que tenha ação e uma boa dose de suspense. E é assim mesmo. O que consegue me cativar é que cada capítulo vai se diferenciando por personagens diferentes e momentos diferentes que mais lá na frente vão se interligar. Não é um livro de suspense muito fácil de ligar os pontos e me atrai livros mais inteligentes.
Desta vez a enfermeira não apareceu tão rápido na trama e mesmo assim demorou para começar a ficar tão importante na história. Isso meio que soou como um "você não é completamente insubstituível" como personagem, mas eu senti falta dela diversas vezes. Não porque a história não seja empolgante e sim porque Nina Borg é uma personagem normal, ou seja, ela sofre, chora, luta mas não é nenhuma heroína, o que torna tudo mais realista.
Há dilemas bons a contar neste livro: o problema de racismo contra uma etnia, a questão do tráfico de pessoas, do tráfico de armas e do resultado de uma guerra. É um bom suspense para nos fazer pensar em como o ódio é capaz de fazer muita gente pagar o preço.
Não foi completamente um sucesso, mas é um bom exemplo do que acontece no mundo.