Quando o mundo entra na primeira década do século XX, muitos acontecimentos começam a surgir em diversos países, mas os acontecimentos políticos e as revoluções vão tornar a trajetória das nações diferentes do que muitos imaginavam.
A família Dewar, que vive nos Estados Unidos, conta com o assessor do presidente do país, Gus Dewar, um homem de bem que sonha em sempre fazer o melhor para todos e que possui um grande carisma e cultura, ajudando em diversos momentos e sonhando com uma família tradicional, já que seu país é um lugar tranquilo para se viver e seu trabalho leva orgulho a toda sua família. Gus geralmente não vive em festas ou faz nada de muito exagerado já que precisa estar sempre pronto para as decisões do presidente, mas gosta de estar em reuniões políticas para ficar a par de todas as decisões de outros países e saber do que realmente acontece pelo mundo.
A família Ulrich conta com o conceituado time de alemães. O pai Otto acredita que a culpa dos problema do país é da raça judia e que ela deveria ser banida. Otto está na classe política a favor do Kaiser que até então vem mantendo a boa economia do país. Walter von Ulrich, ao contrário do pai, sempre acreditou que o que desse errado na economia de um país seria culpa de quem governasse e que uma raça jamais poderia influenciar algo. Walter estava sempre em suas viagens pelo mundo e sabia mais do que ninguém que toda nação tinha suas dificuldades, mas saber administrá-las era necessário.
Grigori e Lev Peshkov eram os irmãos da família russa. A Rússia estava enfrentando muitos problemas com suas fábricas a todo vapor, mas a pobreza da população era enorme e conseguir comida estava ficando ainda mais difícil. Quando as pessoas pensavam em greve, o que recebiam de volta era a agressão da polícia ou a morte. Foi assim que a mãe dos irmãos morreu, em uma luta em busca de melhorias. O czar sempre fora violento e o sangue é o que coloca o povo em seu lugar.
Williams é a família da Grã-Bretanha. A família de mineradores onde Billy aprendeu sua profissão com apenas 13 anos de idade. Onde seu pai comandava ideais trabalhistas e sua irmã conquistava um emprego melhor em uma mansão próxima. Viver perto da mina nesta época era o mesmo que enfrentar a morte de perto já que os patrões buscavam pagar o mínimo sem se preocupar com a segurança dos trabalhadores.
Os Fitzherberts é a segunda família da Grã-Bretanha. Porém esta é a família rica do conde Fitz que é dono da mina e recebe parte do dinheiro da produção de carvão. Fitz é casado com Bea, uma princesa russa que aceitou mudar de país por amor. Sua irmã Maud é uma mulher na casa dos vinte anos e solteira e que luta pelos ideais feministas e políticos, o que faz com que seu irmão não aceite bem toda esta situação.
Todas estas famílias estarão unidas quando um incidente acontecer em Sarajevo. Todas estas pessoas se cruzaram e são amigas umas das outras em algum momento, mas elas talvez só percebam este fato quando a necessidade estiver batendo à sua porta. Quando a vida depender de alguém ou quando a morte chegar antes do que o imaginado.
Autor: Ken Follett
Título Original: Fall of Giants
ISBN: 9788599296851
Páginas: 912
Ano: 2010
Gênero: Ficção / Drama / Romance
Editora: Editora Arqueiro
O que fazer quando aqueles livros de história chatos que você estudava na escola transformaram a vontade que você tinha de saber sobre todo o passado numa chatície? Pois bem, descobri como fazer lendo Ken Follett. Já tinha lido livros que citavam fatos históricos e isso sempre me fascinou, afinal é uma forma diferente de se aprender algo sem precisar ficar decorando algo. Mas ler Ken Follett foi além desta experiência, foi uma experiência acima da realidade, foi surreal.
Não vou mentir ao falar que conheci o autor somente quando começou a ser divulgado o terceiro livro da saga Trilogia do Século, já que este primeiro volume foi lançado em 2010. Quando abri as primeiras páginas e vi uma relação de nomes que o autor descreve por país e família fiquei imaginando que seria totalmente difícil a leitura e que eu largaria aquela empreitada, já que tinha me dedicado a ler as 912 páginas. No primeiro capítulo me perdi, mas foi somente ali. Depois disto voltei ao passado como uma personagem não inserida na história pelo autor e era como se estivesse ali, na cena narrada, em cada momento, presenciando de verdade ao vivo e em cores tudo de uma forma emotiva e cheia de adrenalina.
Sempre imaginei que sabia muito sobre a fase da primeira guerra mundial. A verdade é que nem sequer sabia o motivo de ela ter começado e mais do que isto, nem sequer sabia quem fazia parte dela. O autor sabe a forma exata de utilizar a história e formular uma trama perfeita. E de que forma ele consegue fazer isso?
O interessante é que ele conseguiu criar as famílias em cada país envolvido em guerras ou revoluções o que, de certa forma, seria fácil e aí vem a grande surpresa. Ele consegue fazer com que todos interajam de forma a criar uma ligação que não se rompe em momento nenhum, do início ao fim do livro e cria uma teia de informações que parece que você está vendo um filme através de uma tela, envolvendo personagens fictícios e reais.
Cada personagem é belamente construído. O autor se baseia em estudos e dados e desde as roupas de época até o cenário, você vai viajar por uma realidade oras felizes, oras completamente tristes. Os capítulos são intercalados entre os personagens e mesmo assim não se perdem já que se encontram entre si. A verdade é que aprendi muito lendo este livro e percebi que o mundo enfrentou muitas dificuldades que eu nem teria coragem de viver realmente. A dor que a humanidade pode causar a si mesma é algo insano mesmo que se saiba que pode ser para a evolução.
Ver como pessoas históricas como Lênin, Stálin, Churchill, Hitler, etc começaram toda uma história é como unir vários fios e construir algo há muito tempo rompido: a vontade e o amor pela história. Aquela em que a leitura pode nos fazer entender de verdade, nos fazer compreender como realmente aconteceu, sem decorar livros chatos ou encarar professores entediantes.